Da deriva continental à deriva político-administrativa: o caso do Extremo Sul da Bahia
DOI:
https://doi.org/10.55847/pindorama.v1i01.357Resumo
Depois de tanto tempo de diálogos entre os geógrafos, há ainda espaço para que se possa questionar a dicotomia entre geografia física e geografia humana? A geografia é única. Não se faz vestibular para geografia física ou para geografia humana. Aceitando esta premissa, o geógrafo é capaz de promover estudos que para outras áreas seriam de extrema dificuldade, como por exemplo, fazer uma analogia entre a deriva continental e a fragmentação político-administrativa do Brasil ou de alguns estados brasileiros. Recentemente os noticiários vêm mostrando a dor humana e o prejuízo econômico decorrentes de terremotos de grande magnitude ou de erupções vulcânicas que têm a capacidade de produzirem recortes e novas formas de relevo onde ocorrem. No âmbito político a década de 1990, principalmente depois da queda do muro de Berlim, representou ao mesmo tempo a fragmentação de grandes países, como a antiga União Soviética, e o nascimento de novos países. No Congresso Brasileiro desde o início do século XXI um turbilhão de propostas para redivisão do território nacional, mais precisamente em estados de grandes proporções territoriais, provoca grandes debates. O ponto de interseção entre a atuação de um vulcão ou um terremoto com as propostas políticas é que ambos provocam movimentos que fragmentam o espaço. Fragmentação esta que não tem o significado negativo, mas que pode ser visto como uma evolução do espaço seja pela força física da natureza ou pelo desejo de uma sociedade.