PROBLEMATIZAÇÃO EM TORNO DAS HIERARQUIZAÇÕES ENTRE ORALIDADE E ESCRITA A PARTIR DA EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Palavras-chave:
Oralidade. Educação linguística. Língua Portuguesa. Ensino Fundamental.Resumo
A escola, enquanto uma das agências de letramentos de privilégios, contribuiu para o fortalecimento de uma sociedade grafocêntrica que inferiorizou e/ou neutralizou o ensino da oralidade, desconsiderando-a como uma prática social fundamental ao desenvolvimento da competência comunicativa, humana e de emancipação dos sujeitos da aprendizagem, mesmo em frente aos avanços dos estudos das Ciências da Linguagem que contemplam o ensino do oral como uma prática socializadora tão relevante quanto à escrita. Nesse sentido, o artigo analisa a concepção de oralidade na Educação Linguística do ensino de Língua Portuguesa, das séries finais do Ensino Fundamental. Em seu caminho metodológico mobiliza uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa que visa compreender alguns aspectos históricos, teóricos e conceituais que permearam/permeiam as práticas de ensino com a modalidade oral. Fora realizado também, uma análise documental, da qual evidenciou-se que ainda hoje, as práticas com a oralidade encontram-se preteridas em relação à escrita, ratificando dicotomias e hierarquização do conhecimento nas práticas linguageiras.
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