A financeirização do Cerrado brasileiro:

Impactos socioambientais, dinâmicas econômicas e caminhos para a sustentabilidade

Autores

  • Alexandre Correia Fernandes Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais
  • Marina Teixeira de Freitas Universidade Federal de Minas Gerais

Palavras-chave:

Cerrado. Financeirização. Agroextrativismo.

Resumo

O Cerrado brasileiro, reconhecido como uma das savanas mais biodiversas do mundo, enfrenta crescentes ameaças devido ao processo de financeirização, que transforma seus recursos naturais em commodities para o mercado global. Este artigo analisa os impactos socioambientais e econômicos desse fenômeno, marcado pela expansão do agronegócio e das monoculturas, bem como da especulação fundiária –  heranças negativas da Revolução Verde – vista que tal fenômeno intensifica a degradação ambiental, a perda de biodiversidade e a exclusão de comunidades tradicionais, problemas que há muito estão presentes na história do Brasil. Dados recentes revelam que o Cerrado superou a Amazônia em taxas de desmatamento, destacando a urgência de ações conservacionistas. Como alternativa, o artigo propõe o agroextrativismo sustentável, exemplificado por iniciativas como da Cooperativa Grande Sertão, que integra saberes tradicionais, geração de renda e preservação ecológica. Conclui-se que políticas públicas robustas, como planejamento territorial, incentivos fiscais e fortalecimento de redes sociotécnicas são essenciais para mitigar os efeitos da financeirização e que a valorização de práticas sustentáveis, bem como a participação comunitária são caminhos viáveis para conciliar desenvolvimento econômico, justiça social e conservação do bioma, garantindo sua resiliência frente às mudanças climáticas e à lógica predatória do capital global.

Biografia do Autor

Alexandre Correia Fernandes, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais

Doutorando em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Mestre em Matemática e Estatística 

Professor EBTT do Instituto Federal de Minas Gerais

Marina Teixeira de Freitas , Universidade Federal de Minas Gerais

Bacharel em Administração e Mestranda em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

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Publicado

2025-12-16