Educação do Campo e Sociolinguística Educacional
Trilhas pedagógicas decoloniais
DOI:
https://doi.org/10.55847/enlaces.v3i.962Palavras-chave:
Educação do Campo, Sociolinguística Educacional, (De)ColoniadadeResumo
A Educação do Campo constitui uma modalidade de ensino que se assenta no comprometimento com os conhecimentos produzidos pelos sujeitos do campo a partir da legitimação pedagógica de suas práticas socioculturais, de modo que a Escola reconheça e valorize as suas identidades (Cf. CALDART, 2004). A Sociolinguística Educacional, por sua vez, pauta-se pela abordagem pedagógica da variação linguística (Cf. BORTONI-RICARDO, 2005; COAN; FREITAG, 2010; MARTINS; VIEIRA; TAVARES, 2014) para promover uma educação linguística plural e democrática, pela qual, entre outras ações, se combate o preconceito em relação às variedades não padrão, como, por exemplo, os dialetos rurais. O presente trabalho discute essa perspectiva de ensino de língua, no âmbito da Educação do Campo, objetivando circunscrevê-la em um conjunto de práticas político-pedagógicas de natureza decolonial. Nesse sentido, aborda-se o ensino sociolinguístico de português como uma diretriz pedagógica que, sobretudo na Educação do Campo, contribui para coibir a Colonialidade do Saber (QUIJANO, 2005; BABTISTA; LÓPEZ-GOPAR, 2019), isto é, processo – resultante do colonialismo – responsável, entre outros efeitos, por levar a Escola a endossar, no processo de ensino-aprendizagem, uma cosmovisão eurocêntrica em detrimento de identidades linguístico-culturais locais, como as dos sujeitos do campo.
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