A MÍSTICA DO CONHECEDOR DE ARTE
Resumo
Esse artigo avalia a condição de conhecedor da arte na visão ocidental. Por meio da ótica bourdiana, enfoca os domínios dos espaços sociais e seus fundamentos latentes de dominação. Busca ampliar o olhar acerca do macrocosmo, no qual se insere o jogo da legitimação da arte. Articula as noções de campo e habitus no percurso das relações capitalistas para compreender como os agentes se posicionam na definição das regras desse jogo. Ressalta que o campo artístico não é absolutamente autônomo, mas possui hierarquias e regras próprias. Desvenda ao longo do trabalho a noção de gosto inata como mística do senso comum e o agenciamento das instâncias estéticas do imaginário coletivo. Observa que, na visão de Pierre Bourdieu, o sistema escolar, em vez de oferecer acesso democrático de uma competência cultural específica para todos, reforça a distinção de capital cultural de seu público, limitando o aproveitamento dos sujeitos que pertencem a classes economicamente menos favorecidas. Conclui que existe um modo de conservação e reprodução no sistema educacional, no qual a cultura e a educação estética podem contribuir com a ressignificação de visões de mundo e dinâmicas afirmativas dos atores sociais no espaço escolar.
Referências
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